Para abordarmos o tema de competências fundamentais, vamos imaginar o seguinte exemplo: você indica um de seus melhores profissionais da área técnica para ser gerente de projetos em uma determinada iniciativa. Ele trabalha na área há dez anos, entende o processo de ponta a ponta, detém todas as informações. Como gestor, você está certo de que ele saberá conduzir a equipe e garantir o bom andamento do cronograma.

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Depois de um mês, percebe que o projeto estagnou, que as entregas não estão acontecendo de acordo com as metas traçadas e que a responsabilidade pelos problemas, em grande parte, é do gestor de projetos. Em uma conversa franca e honesta, ele reconhece que não tem habilidade para liderar pessoas, se comunica mal e não consegue resolver os problemas que aparecem no dia a dia.

Essa é uma história fictícia, mas que pode acontecer em qualquer empresa que designa gestores de projetos apenas com base em suas competências técnicas, sem considerar as comportamentais.

O gerente de projetos deve garantir a realização dos objetivos corporativos dentro das condições de prazos, custos, qualidade e especificações previstas no planejamento. Procura também se concentrar em atender às demandas dos clientes e a lidar com as mudanças ao longo da sua realização.

A utilização de metodologias ligadas a projetos tornou-se uma solução cada vez mais utilizada pelas organizações que buscam atender ao novo perfil do mercado consumidor. Com a competividade e dinamismo do mercado não há mais margem para falhas na condução dos investimentos.

Sob esta ótica, o gerente de projetos tem se tornado um profissional estratégico dentro das organizações, uma vez que o sucesso de determinada iniciativa está relacionado diretamente ao seu desempenho.

 6 competências fundamentais de um gerente de projetos

Se o conhecimento técnico não é a única característica a ser observada para se designar um profissional que vai liderar determinada iniciativa, quais seriam as outras competências fundamentais necessárias ao gerente de projetos? É exigida também uma desenvoltura comportamental, que desdobramos em seis competências:

Liderança: um projeto não é composto somente de processos, cronogramas, planilhas ou documentos. Em toda sua vida ele é gerido, planejado e executado por pessoas. Uma das principais atribuições do gerente de projetos é a de formar uma equipe que exerça as atividades do projeto conforme o planejado. Ele deve ter a habilidade de liderar tanto pessoas quanto processos. O bom gerente é capaz de coordenar equipes com destreza, alocando seus recursos na medida da real necessidade.

Comunicação: para garantir que haja sinergia entre os membros da equipe, uma das principais competências do gerente de projetos é de ser um bom comunicador, entendendo que isso inclui saber ouvir (as demandas dos clientes, os problemas da equipe, os direcionamentos corporativos), saber entender (traduzir as informações dentro do contexto do projeto) e saber falar (com o cliente, com a equipe, com a liderança, com fornecedores). É importante ter em mente que a boa comunicação acontece quando o outro, com quem nos relacionamos, compreende o que é dito. Quando apenas existe o repasse de informações, o gerente de projetos não se assegura que houve compreensão e isso pode trazer prejuízos ao trabalho.

Negociação: o gerente de projetos tem o papel de garantir a realização dos objetivos dentro das condições de prazos, custos, qualidade e especificações previstas. Deve também se concentrar em atender às demandas dos clientes e a lidar com as mudanças ao longo da sua realização. Em inúmeras situações ele terá que negociar com diferentes stakeholders do projeto para garantir os resultados esperados. Terá também que manter a equipe maleável diante das mudanças que o projeto pode sofrer até o seu final.

Solucionar problemas:  o profissional em gerenciamento de projetos deve ser um especialista em “fazer acontecer”. A sua função é viabilizar a transformação de um plano em realidade. Para isso ele precisa liderar pessoas, construir e seguir processos, cumprir cronogramas e assegurar-se sobre as entregas acordadas. Diante de possíveis conflitos, deve utilizar as competências fundamentais de comunicação e negociação para buscar as melhores respostas, que atendam aos objetivos do projeto e às demandas das pessoas envolvidas.

Influência: no andamento do projeto, o gerente passa a ser um exemplo a ser seguido pela equipe. Por isso, deve estar sempre atento à influência que exerce sobre as pessoas, fazendo com que seja positiva durante a maior parte do tempo.

Motivação: utilizando-se de suas capacidades de liderança e comunicação, o gerente de projetos deve motivar e conquistar sua equipe a cada dia, para que juntos possam contornar situações difíceis, amenizar conflitos, minimizar possíveis desvios e conduzir o projeto ao sucesso. Cabe ao gestor reforçar a importância do trabalho desenvolvido, reconhecer as pessoas que se destacam na equipe e reforçar o valor que a iniciativa tem para a estratégia da empresa. As metas da equipe devem estar sempre alinhadas às premissas definidas inicialmente no escopo e cabe ao gerente de projetos utilizar de suas habilidades para conseguir que essas metas sejam atingidas.

Estratégia para vencer desafios

Como no exemplo fictício que usamos para abrir esse artigo, a maioria das falhas nos projetos está relacionada a fatores comportamentais, o que comprova que um gerente de projeto deve ter, além do perfil técnico, habilidades pessoais que atendam a necessidade exigida pela função.

É percebido que essas competências fundamentais são cada vez mais exigidas e que elas contribuem positivamente para o sucesso dos projetos, além de ser um fator estratégico para as organizações.

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