Conhecer a capacidade produtiva da sua indústria é fundamental para realizar planejamentos mais eficientes. Se você ainda não analisa o ritmo de produção da sua empresa, é hora de aplicar metodologias, processos e ferramentas para gerenciar melhor a produção e aumentar o potencial de lucro do negócio

Primeiro, compreenda que a capacidade produtiva deve ser adequada à demanda do mercado para que não faltem itens em estoque ou haja excesso. No entanto, caso faça parte de uma decisão estratégica de negócios, em determinado momento, pode-se decidir por um dimensionamento maior ou menor.

Mas, como avaliar a capacidade produtiva e planejar com mais eficiência? O gestor deve obter informações confiáveis da rotina de produção da companhia, além de conhecimentos sobre outras áreas, como compras, vendas e  RH, para apoiar a tomada de decisão

Com mais assertividade, é possível gerenciar melhor os recursos da empresa, ajustar processos, avaliar as perspectivas de expansão e estimar o desempenho financeiro da empresa. Para saber mais sobre isso, continue a leitura!

O que é capacidade produtiva?

A capacidade produtiva é a quantidade máxima de produtos ou serviços que uma empresa consegue produzir em um determinado período de tempo, com os recursos disponíveis e o menor custo possível.

Por exemplo, se uma fábrica de calçados produz 100 pares de um mesmo modelo por dia, em um período de uma semana – considerando-se de segunda a sexta-feira, ou seja, cinco dias –  a sua capacidade produtiva é de 500 pares. 

No entanto, é importante entender que a capacidade produtiva é diferente do volume de produção. Enquanto a primeira calcula o máximo que pode ser produzido, o segundo registra o que realmente se produz.

Como calcular a capacidade produtiva do seu negócio? 

Toda indústria tem sua capacidade produtiva calculada com base na quantidade produzida ao longo de determinado período de tempo. Entretanto, cada empresa usará uma medida de acordo com sua área de atuação, como toneladas por ano, unidades por mês, clientes atendidos no dia ou litros produzidos por hora.

Já a quantidade que uma equipe é capaz de produzir deve estar relacionada à unidade de tempo considerada na avaliação (horas, dias, meses ou ano)

O cálculo não deve considerar apenas o indicado nominalmente nos documentos dos equipamentos utilizados no processo de produção. Há outras variáveis que devem ser consideradas para determinar a capacidade produtiva de uma empresa, entre elas:

  • Tempo de preparação das máquinas;
  • Tempo das paradas obrigatórias;
  • Tempo das paradas para manutenção, limpeza ou descontaminação;
  • Quantidade de turnos;
  • Duração de cada turno;
  • Número de funcionários por turno.

Por isso, existem diferentes métodos para analisar e determinar qual é a capacidade produtiva de uma indústria. Vamos voltar ao cenário de uma fábrica de calçados para explicar as formas mais comuns: 

Capacidade instalada

As máquinas e os funcionários produzem 100 pares por hora, de um mesmo modelo. Em um dia normal, de 24 horas, seriam fabricados 2.400 pares. Isso considera o funcionamento máximo, sem a ocorrência de perdas, faltas, paradas de máquinas ou qualquer outro tipo de imprevisto. É um cálculo hipotético, que ajuda a empresa a tomar decisões estratégicas.

Capacidade disponível

Também não são consideradas as perdas, faltas ou paradas nas máquinas, por qualquer motivo. No entanto, é considerada a capacidade realmente disponível na indústria atualmente. Então, se essa mesma fábrica funciona em dois turnos de trabalho, de oito horas cada, no total, são 16 horas de trabalho, o que possibilitaria fabricar 1.600 pares.

Para ampliar essa capacidade, o empreendedor pode decidir entre investir em novas máquinas, contratar mais pessoas ou operar em mais um turno de trabalho (o que vai envolver mais mão de obra).

Capacidade efetiva

O mesmo raciocínio da capacidade disponível é utilizado, mas é feito um planejamento de perdas, a partir de alguns fatores que são previsíveis em qualquer planta industrial, como manutenções preventivas, trocas de turnos, necessidade de limpeza de equipamentos devido aos setups para linhas de produtos diferentes, amostras de qualidade, entre outros.

Vamos supor que, considerando-se as especificidades de cada um, há uma perda planejada diária de 3% da capacidade disponível. Isso vai significar uma produção diária de 1.552 pares.

Capacidade realizada

Corresponde à capacidade efetiva, considerando-se também as perdas não planejadas, representadas por fatores como falta de energia, de matéria-prima e insumos, absenteísmo, estrago de maquinário, investigações de problemas de qualidade etc. A análise do histórico da empresa ajuda a calcular essas perdas, mas vamos supor que sejam da ordem de 5% ao dia. A produção diária cairia para 1.474 pares.

Nesse sentido, para determinar a capacidade produtiva máxima de uma empresa, basta dividir a capacidade disponível pelo potencial de saída (produção real). Por exemplo, se a fábrica de calçados produz 100 pares por dia, porém, a produção real é de 75 pares, então a indústria está usando 75% da sua capacidade.

Por que é importante medir a capacidade produtiva?

Você já deve ter visto matérias que mostram montadoras de automóveis com os pátios cheios de carros sem ter quem comprá-los. A causa mais provável para isso é um mercado desaquecido que a montadora não pode prever de antemão.

Um exemplo do oposto pode ser o caso recente de falta de álcool gel nas gôndolas de farmácias e supermercados por causa do aumento da procura deste item pelas pessoas assustadas com os casos de Covid-19. A demanda repentina também não foi prevista e ocasionou o desabastecimento do varejo devido à necessidade de ajustar a capacidade de fabricação à demanda.

Os exemplos indicam a importância de usar as informações disponíveis em sua empresa (e no mercado) para calcular a capacidade produtiva. Antigamente, quando os mercados ainda eram previsíveis e o número de concorrentes reduzido, esse estudo era baseado em dados com pouca variação. Hoje, com mercados cada vez mais voláteis, é importante ser assertivo quanto a esse planejamento, a fim de que a empresa tenha eficiência máxima e controle dos seus processos e custos.

Portanto, cabe ao gestor conhecer o fluxo operacional da sua indústria e acompanhar os movimentos do mercado para estimar a demanda por determinado produto ou serviço e auxiliar na tomada de decisões mais assertivas. 

Além disso, medir a capacidade produtiva traz muitas vantagens para a indústria, como:

  • Estabelecer uma linha de tempo da produção, concentrando os recursos e os funcionários nas áreas com maior demanda;
  • Manter os níveis ideais de estoque para evitar tanto o excesso quanto a falta de matérias-primas e produtos;
  • Poder conhecer e melhorar a produtividade dos colaboradores;
  • Utilizar melhor as matérias-primas e os insumos na produção;
  • Adequar a produção a partir de um planejamento  em conjunto com comercial, financeiro e produção para atender as demandas;
  • Fazer previsões de vendas e definir metas mais assertivas para o setor comercial e a produção;
  • Obter mais clareza para identificar gargalos e pontos de melhoria.

Como a tecnologia contribui para a capacidade produtiva?

Em empresas cada vez mais complexas, a tecnologia tem sido grande aliada dos gestores de produção. O mesmo vale para empreendedores, quando se veem diante da necessidade de tomar decisões de mercado que esbarram em sua capacidade produtiva.

Informações operacionais armazenadas de maneira adequada e em tempo real podem significar mais assertividade na hora de se fazer escolhas como as citadas anteriormente, entre ampliar o maquinário, gerar horas extras ou contratar mais colaboradores.

Um sistema de gestão parametrizado de maneira adequada fará cálculos que vão ajudar a avaliar:

  • A necessidade de investimento;
  • As perdas e os ganhos para o negócio;
  • As alternativas possíveis em caso de ser necessário aumentar a produção;
  • As possibilidades de redução de custos por meio do uso racional de recursos, entre outros aspectos.

Ele vai ajudar também a ajustar a capacidade e a demanda, que pode variar de um período a outro.

Existem no mercado alguns conceitos que ajudam a entender esse movimento:

Capacidade constante

A empresa faz um cálculo de capacidade que vai se manter ao longo do tempo do planejamento, sem considerar qualquer mudança na demanda pelos seus produtos. A capacidade produtiva considera a manutenção do mesmo número de pessoas e de equipamentos em funcionamento, em determinado período de tempo. Envolve decisões estratégicas sobre custo de estoques e velocidade de giro.

Acompanhamento da demanda

A capacidade de produção procura acompanhar os níveis variáveis das demandas previstas. Isso envolve a administração de muitas variáveis relacionadas a insumos, pessoal e maquinário, mas minimiza a necessidade de estoques e adapta a produção rapidamente ao comportamento do mercado. Os sistemas de gestão, nesse caso, têm grande contribuição para a tomada de decisões de produção, porque são facilmente ajustados.

Gerenciamento da demanda

A empresa pode estimular, por meio de estratégias de marketing e comerciais, um aumento da demanda em determinados períodos, quando o mercado consumidor está mais tranquilo. Existem produtos que vendem bem em determinada época do ano, mas sua fabricação começa meses antes.

Um exemplo é o panetone, tradicionalmente consumido no Natal, mas que passou a ser vendido em outros formatos (como colomba, por exemplo), na época da Páscoa. Dessa maneira, a empresa tem dois picos de demanda e pode organizar-se para produzir durante vários meses.

Alteração da demanda

Normalmente é feita para estimular a demanda em períodos que não são de pico. As empresas costumam alterar seus preços para estimular a procura por determinados produtos.

Um bom exemplo é o sorvete, mais consumido no verão, ou então o vinho, mais consumido no inverno. As empresas criam ações promocionais ou estratégias comerciais para vender fora da sazonalidade.

Método misto

O gestor de capacidade, com base em análise de dados, pode combinar dois ou mais desses métodos para planejar sua capacidade produtiva, adequando-se às estratégias e aos resultados esperados.

Aqui, um sistema de gestão ajuda a fazer cálculos, simulações e acompanhamentos em tempo real. Com isso, qualquer ajuste pode ser feito rapidamente, dando tempo para a área operacional se adequar.

Benefícios do planejamento da capacidade produtiva

Planejar de maneira adequada a produção, com o auxílio de um ERP – Enterprise Resource Planning, conhecido como Sistema Integrado de Gestão Empresarial, vai contribuir para que a planta industrial funcione da maneira mais otimizada possível e integrada a outros processos corporativos fundamentais.

Por exemplo, a integração com a área comercial ajudará a ter clareza sobre a demanda. A integração com a área de compras permitirá processos automatizados para garantir os insumos na medida em que os pedidos são processados. A integração com a área de recursos humanos vai ajudar a avaliar e dimensionar a quantidade de pessoas necessárias aos processos.

Os cálculos necessários são cada vez mais sofisticados e a tecnologia veio para simplificar e ser uma ferramenta poderosa para quem trabalha na área operacional.

A Sankhya possui um completo sistema de gestão para indústrias, com módulos flexíveis e completos. Ele permite ao gestor ter uma visão integrada de seu negócio, analisar cenários, ter acompanhamento em tempo real e gerar relatórios que vão contribuir para a tomada de decisão

Como melhorar a capacidade produtiva: 6 estratégias

O acompanhamento da capacidade produtiva da empresa possibilita que o gestor faça mudanças necessárias para conseguir atender a demanda do mercado e evitar desperdícios

Ao identificar que o ritmo de produção está abaixo do ideal, é necessário buscar estratégias para aumentar a produtividade da indústria. Para isso, apresentamos algumas ações que podem ser aplicadas:

1. Revisar e otimizar os processos 

A revisão dos processos é uma oportunidade de identificar gargalos que reduzem a capacidade produtiva e fazer melhorias na rotina de produção. Um sistema ERP automatiza o fluxo de trabalho e integra a outras áreas, otimizando os processos. 

2. Aumentar a produtividade da equipe

A partir do cálculo da capacidade produtiva, é possível identificar as equipes mais produtivas. Já para aumentar a produtividade, o gestor pode incentivar os colaboradores por meio de bonificações e da competitividade saudável. Além disso, vale aplicar treinamentos sobre o uso correto dos equipamentos, compartilhar as metas com as equipes e estimular a autonomia para resolver pequenos conflitos. 

3. Atualizar as máquinas e os equipamentos

Trocar as máquinas e os equipamentos utilizados na produção por versões mais atuais é uma forma de aumentar a capacidade produtiva. Tecnologias modernas, uso de inteligência artificial e máquinas e equipamentos mais seguros possibilitam às empresas produzir mais com um menor custo. Portanto, a atualização aumenta a velocidade da produção, reduz os custos com perdas de produtos e paradas para manutenção e evita acidentes na linha de produção.

4. Adicionar mais turnos de trabalho

Dependendo da situação, abrir mais um turno de trabalho pode solucionar o baixo nível de produção. Aqui é preciso avaliar os custos envolvidos, por exemplo, com a contratação de pessoal para o novo horário. Em contrapartida, quanto de produtos a mais serão fabricados com a abertura do turno  e a projeção de vendas. 

5. Expandir o negócio

Há situações em que o aumento da capacidade produtiva implicará em abrir uma nova filial, contratar mais colaboradores ou adquirir mais maquinários. No entanto, é preciso analisar os ganhos que a empresa terá se optar pela expansão do negócio e se eles superam os custos da mudança. 

6. Melhorar a manutenção dos equipamentos

Os tempos de parada devido a uma falha no equipamento não prevista ou por manutenções precárias podem impactar na capacidade da produção. Portanto, é importante conhecer os tipos de manutenção (corretivas, preditivas, preventivas ou produtivas total), identificar o tempo ocioso e as paradas obrigatórias e estabelecer um bom planejamento de manutenção

O ERP na gestão do processo produtivo

Para determinar a capacidade produtiva a fim de melhorar o gerenciamento da produção e a organização da empresa, é fundamental adotar um sistema completo que otimize cada etapa, automatize os processos e torne o planejamento mais assertivo.

O ERP Sankhya para a gestão de manufatura auxilia a rotina de Planejamento e Controle da Produção (PCP) por meio de configurações que mostram ao gestor o que e quando produzir, com o que produzir e quando e onde a produção deve acontecer.

Por exemplo, a configuração quanto à demanda, que pode ser por projeção de giro, pedidos firmes, metas ou personalizado, possibilita saber quais produtos deverão ser fabricados e a quantidade de cada item.

A solução Sankhya também auxilia na gestão de recursos de materiais. De acordo com o item a ser produzido, é possível verificar as matérias-primas usadas para produção, analisar o estoque do material e se há necessidade de compra e sinalizar automaticamente a área de suprimentos.  

Com o sistema de gestão Sankhya para a indústria, é possível visualizar as categorias de custos (diretos ou indiretos) que compõem a produção, acompanhar em tempo real o plano principal de produção e verificar a utilização dos recursos disponíveis por meio do indicador OEE (Overall Equipment Effectiveness, em português, Efetividade Total dos Equipamentos).

Além disso, o gestor pode extrair qualquer informação necessária para apoiar a tomada de decisão por meio da ferramenta nativa de BI (Business Intelligence ou inteligência de negócio). 

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