Margem líquida é a porcentagem de lucro líquido obtido pela empresa em relação à receita total. Para encontrar a margem líquida, é preciso dividir o lucro pela receita total e, em seguida, multiplicar por 100, assim margem líquida = (lucro líquido/ receita total) x 100.

O que é margem líquida?

Na hora de analisar a saúde financeira da empresa, são muitos os indicadores importantes. Um dos mais essenciais é a margem líquida. Quando calculada corretamente, ela ajuda a determinar o potencial econômico e financeiro do negócio.

Margem líquida é o indicador financeiro que demonstra a porcentagem de lucro em relação às receitas apresentadas por uma empresa no seu demonstrativo de resultados trimestrais ou no consolidado anual.

Fórmula de cálculo 

Para encontrar a margem líquida, é preciso dividir o lucro pela receita total e, em seguida, multiplicar por 100. Assim temos:

margem líquida = (lucro líquido/ receita total) x 100

Vamos supor que a sua empresa tenha faturado R$ 20 mil dentro de 1 mês, porém teve R$ 6 mil de gastos com a compra de mercadorias, R$ 3 mil em despesas administrativas e tributos e mais R$ 4 mil com a folha de pagamentos. Assim, do faturamento, restaram R$ 7 mil que foi o lucro líquido.

Ao aplicar a fórmula acima, temos como resultado o valor de 35. Ou seja, a cada 100 reais vendidos, o negócio tem uma lucratividade de 35 reais.

Por que a margem líquida é importante?

Silhueta de um homem olhando para um gráfico de crescimento, usando a margem líquida para tomar decisões.

Diferenciar lucratividade de rentabilidade é de suma importância para qualquer empresa que deseje crescer e prosperar. Afinal, é a partir dos lucros que você conseguirá entender se o seu negócio é ou não viável e se terá condições financeiras para continuar crescendo.

Assim, ao calcular a margem líquida, você consegue entender se a lucratividade está dentro do esperado para o período ou não e se o retorno trazido é superior ao investimento e aos esforços feitos no projeto.

Ao analisar com frequência a margem líquida e outros indicativos financeiros, o gestor consegue identificar problemas de forma antecipada e, assim, traçar estratégias que ajudem a resolver essa situação, como cortar gastos, procurar novos fornecedores, ampliar lojas etc.

Além disso, essa informação poderá ser usada por investidores, mostrando qual empresa possui maior vantagem competitiva.

Por exemplo, se duas empresas produzem um mesmo tipo de carro que tem o mesmo custo de produção, mas uma consegue vendê-lo por um preço superior a outra, os investidores entendem que existem outros atrativos que tornam essa empresa mais diferenciada no mercado.

Em geral, quanto mais forte é uma marca, mais ela pode cobrar pelos seus produtos ou serviços – o que se traduzirá em uma margem líquida também mais ampla.

Outro ponto importante é que a margem líquida indica para o gestor o quanto ele tem de possibilidade de negociação com seus clientes. No caso de oferecimento de descontos, por exemplo, você tem uma ideia real de até onde pode ir para não atuar no prejuízo.

Empresas com margens mais altas conseguem oferecer descontos mais atrativos para os clientes – sendo essa uma estratégia interessante para ampliar a sua participação no mercado.

Margem líquida e margem bruta: quais as diferenças?

Um erro bem comum que os gestores costumam cometer é confundir margem líquida e margem bruta. A margem bruta indica o quanto a empresa obtém de retorno das vendas. Seu cálculo é feito por meio da subtração dos custos das mercadorias vendidas e serviços prestados pelo valor total das vendas.

Assim, quanto maior for a margem bruta, maior será a lucratividade das vendas, mas não da empresa. A margem líquida é a que mostra o lucro líquido para cada unidade de venda da empresa ou o lucro líquido por período. Ou seja, é o valor que sobra para os sócios, acionistas ou fundo de investimentos da empresa, já retirando o que foi pago com tributos, encargos trabalhistas, frete, matéria-prima e outros.

Além desses dois termos, também temos a margem de contribuição. Ela é calculada a partir da subtração dos gastos variáveis da receita da empresa, por exemplo, a comissão dos vendedores e a matéria-prima. Esse indicador mostra o quanto o negócio tem em caixa para saldar as despesas fixas e gerar lucro.

Como entender e utilizar os dados indicados pela margem líquida?

notebook, caderno e um copo d'água colocados em uma mesa de madeira, representando o uso da margem líquida como suporte para tomada de decisões.

Ao definir a margem líquida, você consegue identificar realmente o que sobre do preço cobrado. Por exemplo, ao entender que a cada R$ 100 que entram no seu caixa, R$80 são usados para pagar os custos da empresa e R$ 20 sobram de lucro líquido, ficará mais fácil avaliar melhor a saúde financeira do seu negócio.

De acordo com os especialistas, as empresas de serviço devem trabalhar com uma margem líquida ideal a partir de 20%, enquanto para as indústrias esse valor é de apenas 8%.

Mas tudo isso deve ser analisado caso a caso. Existem empresas, por exemplo, que optam por sacrificarem sua margem para obter mais mercado, já que esse ganho em market share pode ser compensado com lucros futuros maiores.

A análise do indicador também deve estar atrelada ao setor em que a empresa se situa. Em alguns casos, como o varejo, por exemplo, a média da margem líquida costuma ser mais baixa que em outras áreas.

Apesar disso, caso o índice esteja em queda constante, esse pode ser um sinal de aviso, mostrando que a concorrência pode estar aumentando e ganhando market share.

Conclusão

Como você viu, calcular e analisar a margem líquida com frequência é extremamente importante para os gestores e investidores. Afinal, a partir desse índice é possível entender o nível de vantagem competitiva apresentado pela empresa, a gestão operacional, o cenário da concorrência e até o quanto de desconto é possível oferecer aos seus clientes.

Para uma análise precisa, é importante não confundir esse termo com outros semelhantes como a margem bruta ou a margem de contribuição.