Em um mercado cada vez mais competitivo, saber exatamente quais produtos, serviços ou clientes trazem retorno financeiro real à empresa deixou de ser um diferencial e passou a ser uma exigência estratégica. Segundo o IBGE, o Brasil registrou em 2022 a maior taxa de nascimento de empresas empregadoras desde 2017, com um crescimento de 15,3%. Em meio a esse cenário de expansão e concorrência acirrada, a análise de rentabilidade se consolida como uma das principais ferramentas para embasar decisões mais inteligentes e sustentáveis.
Neste artigo, você irá entender o que é a análise de rentabilidade, conhecer seus principais indicadores e métodos de cálculo, e descobrir como um ERP robusto pode potencializar esse tipo de avaliação com mais confiabilidade e agilidade.

O que é a análise de rentabilidade?
A análise de rentabilidade é o processo que avalia o retorno financeiro gerado por produtos, serviços, canais de venda, unidades de negócio ou perfis de cliente. Diferente do simples acompanhamento do faturamento, ela considera todos os custos diretos e indiretos envolvidos, revelando com precisão a margem de lucro real de cada operação.
Na prática, essa análise ajuda a responder perguntas que impactam diretamente a sustentabilidade do negócio:
- Quais produtos têm bom volume de vendas, mas margem apertada?
- Quais clientes compram com frequência, mas pouco contribuem para o lucro?
- Quais serviços consomem muitos recursos, mas não entregam retorno proporcional?
Ou seja, mais do que observar o quanto se vende, a análise de rentabilidade permite enxergar o que realmente gera valor e onde estão os pontos de ineficiência que precisam ser corrigidos.
Quais são os 3 principais indicadores de rentabilidade?
Na hora de analisar o desempenho financeiro de um produto, serviço ou investimento, alguns indicadores se destacam por oferecer uma visão clara do que realmente gera lucro. Confira a seguir os três principais:
Margem de contribuição
A margem de contribuição mostra quanto sobra de cada venda para cobrir os custos fixos da empresa e gerar lucro. É um dos indicadores mais estratégicos para avaliar a viabilidade de produtos e serviços.
O cálculo é realizado através da fórmula:
Margem de contribuição = Receita – Custos variáveis
Confira um exemplo prático:
Imagine que uma empresa vende um produto por R$ 100, com custo variável de R$ 60. A margem de contribuição é de R$ 40 por unidade. Se os custos fixos mensais forem de R$ 20 mil, será necessário vender 500 unidades para que o negócio comece a ser lucrativo.
Margem líquida
A margem líquida revela o percentual de lucro obtido após a dedução de todos os custos, despesas operacionais e impostos. Ou seja, mostra quanto da receita total realmente vira lucro no final do mês.
O cálculo é realizado através da fórmula:
Margem líquida = Lucro líquido / Receita total
Confira um exemplo prático:
Se uma empresa fatura R$ 1 milhão e obtém um lucro líquido de R$ 100 mil, sua margem líquida é de 10%. Quanto maior esse número, mais eficiente a operação, o que aumenta a capacidade de reinvestimento e resiliência do negócio.
ROI (Retorno sobre Investimento)
O ROI é um dos indicadores mais populares na gestão financeira. Ele mede a eficiência de um investimento ao comparar o lucro gerado com o capital investido.
O cálculo é realizado através da fórmula:
ROI = (Lucro – Investimento) / Investimento
Confira um exemplo prático:
Um investimento de R$ 50 mil que gera R$ 75 mil em retorno representa um ROI de 50%. Isso significa que, para cada R$ 1 investido, a empresa obteve R$ 1,50 de volta.
Por que a análise de rentabilidade de produtos e serviços é importante?
Mais do que saber o que vende bem, é fundamental entender o que realmente gera lucro. A análise de rentabilidade permite que a empresa deixe de tomar decisões com base apenas em “feeling” ou no histórico de vendas, e passe a agir com base em dados sólidos e comparáveis.
Com esse tipo de análise, gestores conseguem:
- Redirecionar esforços para produtos e serviços com maior margem de contribuição;
- Descontinuar linhas pouco lucrativas que comprometem a saúde financeira do negócio;
- Negociar melhores condições com fornecedores, focando na redução de custos variáveis;
- Ajustar preços com mais precisão, equilibrando competitividade e lucratividade;
- Revelar oportunidades ocultas, como clientes ou canais que geram alta rentabilidade e não estavam no radar.
Na prática, é comum encontrar produtos que representam uma fatia significativa da receita, mas operam com margem negativa. Ou seja, quanto mais vendem, mais prejuízo geram. A análise de rentabilidade permite identificar esses desequilíbrios e corrigi-los rapidamente, evitando que decisões comerciais bem intencionadas acabem comprometendo o lucro da empresa.
Quais os principais métodos para medir a análise de rentabilidade?
Ao medir a rentabilidade de produtos e serviços, as empresas podem adotar diferentes abordagens. As mais comuns são o método direto e o método indireto (ou por rateio). A escolha entre eles depende da estrutura da empresa, da disponibilidade de dados e do nível de precisão desejado.
Método direto
Neste modelo, as receitas e os custos são atribuídos diretamente a cada item ou centro de custo, de forma individualizada. Por isso, é o método mais preciso e também o que exige maior controle contábil e operacional, além de ferramentas de gestão que possibilitem essa rastreabilidade.
Por exemplo: um produto custa R$ 50 em matéria-prima e gera R$ 150 em receita. A análise direta mostra um lucro de R$ 100, sem qualquer distorção provocada por custos compartilhados. Assim, a empresa tem uma visão objetiva da rentabilidade de cada unidade vendida.
Esse método é ideal para empresas com forte controle de custos por projeto, produto ou cliente; como indústrias, construtoras ou prestadoras de serviços técnicos.
Método indireto (ou por rateio)
Por outro lado, o método indireto distribui os custos fixos e despesas comuns proporcionalmente entre os itens analisados. Os critérios mais usados para essa alocação incluem volume de vendas, tempo de produção ou participação no faturamento total.
Imagine que dois produtos compartilham a mesma linha de produção e estrutura de suporte. Nesse caso, custos como aluguel, folha administrativa e energia são divididos entre eles segundo um critério preestabelecido.
Apesar de ser menos preciso, o método por rateio é amplamente adotado por empresas com maior complexidade operacional, pois oferece uma estimativa razoável de rentabilidade sem exigir grande detalhamento contábil.
Atenção: a escolha inadequada dos critérios de rateio pode mascarar a verdadeira rentabilidade dos produtos. Um item com baixa ocupação de recursos pode acabar “carregando” um custo excessivo, levando à tomada de decisões equivocadas.
Como calcular a rentabilidade?
Calcular a rentabilidade significa, em essência, responder a uma pergunta simples: quanto realmente sobra de lucro ao final de cada venda, serviço ou operação? Para chegar a essa resposta, é preciso ir além do faturamento e considerar todos os custos envolvidos, tanto os que variam conforme a produção, quanto os que se mantêm fixos mês a mês.
De forma prática, o cálculo exige dados como receita total, custos variáveis (matéria-prima, frete, comissões), custos fixos (aluguel, folha de pagamento), despesas operacionais e tributos. Com essas informações, a empresa pode aplicar os principais indicadores de rentabilidade, como:
- Margem de contribuição (Margem de contribuição = Receita – Custos variáveis)
Mostra quanto sobra de cada venda para cobrir os custos fixos e gerar lucro. - Margem líquida (Margem líquida = Lucro líquido / Receita total)
Indica o percentual de lucro que efetivamente chega ao caixa da empresa. - Retorno sobre Investimento (ROI = (Lucro – Investimento) / Investimento)
Avalia a eficiência de um investimento ao indicar o quanto ele retorna em relação ao valor aplicado.
Essas fórmulas podem ser aplicadas tanto de forma unitária (por produto ou cliente) quanto em análises agregadas (por canal, filial ou período). A comparação entre diferentes frentes do negócio só faz sentido quando os dados são confiáveis e organizados. Vale lembrar que ativos como máquinas, veículos ou equipamentos também impactam diretamente nesses cálculos. Uma gestão de ativos eficiente ajuda a controlar esses custos, aumentar a vida útil dos bens e evitar prejuízos operacionais.
Para empresas que desejam escalar essa análise de forma ágil e segura, a adoção de um sistema ERP com recursos de Business Intelligence (BI) é essencial. Soluções como o ERP Sankhya permitem automatizar os cálculos, cruzar informações de diferentes áreas e gerar relatórios personalizados em poucos cliques.

Como interpretar os índices de rentabilidade?
Calcular indicadores de rentabilidade é apenas o primeiro passo. O verdadeiro valor está em saber o que esses números dizem sobre a saúde financeira do negócio e como agir a partir dessa leitura. Cada índice revela uma faceta diferente da operação, e sua interpretação deve levar em conta metas internas, benchmarks do mercado e sazonalidades específicas do setor.
Confira alguns exemplos:
- Uma margem de contribuição baixa pode sinalizar que o produto ou serviço tem preço mal posicionado, custos variáveis excessivos ou baixa eficiência operacional. Nesse caso, vale revisar o modelo de precificação, negociar insumos ou reavaliar processos logísticos e produtivos.
- Um ROI negativo indica que o investimento não está gerando retorno financeiro, o que pode ser aceitável em projetos de longo prazo, mas perigoso em operações que exigem liquidez. É um sinal de alerta para revisar o plano de retorno, ajustar prazos ou até interromper a iniciativa.
- Uma margem líquida saudável e constante mostra que a empresa tem eficiência operacional e controle de despesas. No entanto, acompanhar sua evolução ao longo do tempo é tão importante quanto o número absoluto. Quedas sucessivas, mesmo partindo de uma base alta, podem indicar deterioração silenciosa dos resultados.
Para tornar essa análise mais rica e contextualizada, o ideal é criar painéis integrados de indicadores, conectando rentabilidade a outros dados-chave como:
- Giro de estoque;
- Inadimplência;
- Ticket médio;
- Custo de capital;
- Performance por canal, cliente ou vendedor.
Essas correlações ajudam a descobrir gargalos, oportunidades e estratégias de alavancagem com base em fatos, não suposições.
ERP Sankhya para a análise da rentabilidade de uma empresa
Na prática, fazer uma análise de rentabilidade realmente eficiente exige mais do que fórmulas: exige agilidade, integração de dados e inteligência na tomada de decisão. É exatamente aí que o ERP Sankhya se destaca como uma solução estratégica.
Com ele, sua empresa consegue avaliar a rentabilidade de forma automatizada e em tempo real, seja durante uma cotação, no fechamento de um pedido ou já na emissão da nota fiscal.
O sistema permite:
- Verificar instantaneamente se uma venda específica é ou não rentável;
- Analisar a lucratividade por vendedor, cliente, produto, grupo de produto, cidade ou estado;
- Evitar vendas de alto volume, mas com baixa margem de contribuição;
- Identificar padrões comerciais que impactam negativamente o resultado;
- Otimizar estratégias de precificação, mix de produtos e foco de atuação com base em dados concretos.
Além disso, o ERP Sankhya permite configurar alertas visuais personalizados, com cores e limites predefinidos, que sinalizam automaticamente quando uma operação está fora da rentabilidade esperada. Essa funcionalidade acelera a tomada de decisão e reduz o risco de perdas silenciosas.
Com dashboards de BI já estruturados, é possível acompanhar os principais KPIs de rentabilidade sem depender de planilhas ou análises paralelas. Tudo isso integrado à rotina de vendas, compras, financeiro e controladoria.Com a tecnologia certa, a rentabilidade deixa de ser uma aposta e passa a ser uma consequência. Fale com um consultor e entenda como o ERP Sankhya pode transformar sua gestão.