Ao longo dos anos, a demanda de profissões é constantemente atualizada – anos atrás eram necessárias pessoas em cada pequena etapa da produção de um carro, mas com o Fordismo, na segunda revolução industrial, uma boa parte da mão de obra foi substituída por robôs – extinguindo algumas profissões e abrindo caminho para outras.

Nos dias atuais, a rotatividade de profissionais requisitados no mercado também sofre uma mudança. As qualidades técnicas que eram extremamente essenciais antigamente vêm perdendo espaço para as chamadas soft skills, que são cada vez mais levadas em conta na hora de realizar uma contratação – que busca pessoas com ambas as habilidades, técnicas e comportamentais.

Para você se aproximar mais da realidade do mercado, trouxemos algumas informações relevantes sobre os profissionais do futuro, que você poderá acompanhar no decorrer deste artigo.

 

O futuro da demanda de profissionais

Anualmente, o Fórum Econômico Mundial divulga um relatório chamado O Futuro do Trabalho. A última edição é de outubro de 2020 e incorporou parte dos impactos da pandemia do Coronavírus sobre o mercado de trabalho. São pesquisados diversos países, inclusive o Brasil. O estudo divulga a lista das profissões emergentes, em que há alta procura por profissionais e também as principais habilidades que essas pessoas precisam desenvolver. 


  • Especialistas em Inteligência Artificial e Aprendizagem de Máquinas
  • Analista e cientista de dados
  • Especialista em Internet das coisas
  • Especialista em transformação digital
  • Especialista em Big Data

Além dessas, outras profissões como: analista organizacionais e administradores, especialista em Marketing e Estratégia Digital, gerentes de projetos, especialista em Processos de Automação e gerente de Business Services e Administração também são citadas como profissões do futuro.

 

 

  • Aprendizagem ativa e estratégias de aprendizagem
  • Pensamento analítico e inovação
  • Criatividade, originalidade e iniciativa
  • Liderança e influência social
  • Inteligência emocional
  • Pensamento e análise crítica
  • Resolução de problemas complexos

Resiliência, tolerância ao stress e flexibilidade também são grandes apostas de habilidades que se tornarão cada vez mais necessárias, além de  design de tecnologia e programação; orientação para serviços; raciocínio, solução de problemas e ideação; resolução de problemas e experiência do usuário; uso, monitoramento e controle de tecnologia; análise e avaliação de sistemas e persuasão e negociação.

Um olhar atento percebe que a maior parte dessas habilidades se desenvolve no dia a dia e são difíceis de definir e mensurar. Elas são classificadas como soft skills, mais subjetivas, nem sempre bem descritas nos modelos tradicionais de currículos. 

Teoricamente, seriam o contrário das hard skills, habilidades mais técnicas, quantitativas. Atualmente, elas não se contrapõem e sim se complementam nos perfis de profissionais mais demandados pelo mercado.

 

Mas, como demonstrar soft skills?

Observe os perfis bem sucedidos das pessoas no seu LinkedIn. A biografia delas, provavelmente, conta um pouco dos conhecimentos técnicos, empresas pelas quais passou e competências reconhecidas por colegas. 

Já nas postagens, artigos, provocações e comentários, a gente consegue observar melhor as soft skills. Elas estão contadas nas histórias, nos comentários, nas interações e nos aprendizados compartilhados. Nem sempre farão parte das histórias de sucesso, porque também se desenvolvem nos fracassos.

 

 

Algumas das habilidades indicadas no estudo do Fórum Econômico Mundial foram colocadas em prática por muita gente nesse último ano. Em 2020, tivemos que nos reinventar, o que exigiu criatividade, originalidade e iniciativa. 

Entramos em 2021 e a pandemia do coronavírus continua e se agrava. Hora de exercitar novamente a resiliência, tolerância ao stress e flexibilidade.  Isso para citar apenas duas, entre as 15 apontadas pelo levantamento.

 

Como desenvolver soft skills

Não existe resposta pronta. Esse desenvolvimento acontece em vários ambientes e momentos, nas interações com várias pessoas. Um exemplo é o aprendizado que vem da cultura predominante nas startups e empresas que adotam metodologias ágeis. 

Lá, as pessoas desenvolvem soft skills ao experimentar, tentar, errar e acertar. Arriscar-se em algo novo ou pouco usual, permitir-se ser vulnerável, mudar de área, tudo isso pode contribuir nesse processo.

Para desenvolver soft skills, é recomendável também ser autor ou autora da própria trajetória profissional. Viver a experiência e aprender com ela. Outro caminho é aprender com quem já trilhou um caminho que pode ajudar a gente. 

Em março, a Sankhya promoveu o webinar Pop Up: Diálogos para Evoluir, com três convidadas que falaram sobre seu processo pessoal de desenvolvimento. Confira a seguir os principais insights que cada uma trouxe para a conversa e que podem ser o estímulo que você precisa para aprimorar suas próprias habilidades. 

 

Lisiane Lemos

“A carreira não é do RH, não é da sua família, é sua.”

 

Reconhecida pela revista Forbes como uma das jovens com menos de 30 anos que fazem a diferença no Brasil e uma das mulheres negras mais influentes do mundo pelo MIPAD (Most Influential People of Africa Descent / Pessoas Afro Descendentes mais Influentes), da Organização das Nações Unidas, na categoria negócios e empreendedorismo. Em um ano e meio, Lisiane Lemos trocou de cargo na empresa cinco vezes e voltará a trocar em abril. 
  • Não tenha medo de mudanças, não se apaixone por uma carreira, por um cargo. Você muda, o cenário muda;
  • Não acredito mais em carreiras lineares;
  • Seja proativo, entre em programas de voluntariado na empresa, na faculdade. Eu levei minha experiência do voluntariado para o mundo corporativo;
  • Tenha empatia, seja grato e ajude os outros sempre que tiver a chance;
  • O mundo pode ser machista, sexista e injusto, mas foque nas capacidades que só você tem, valorize a sua experiência, se veja como sua mãe te vê;
  • Leve o que é essencial na sua jornada, deixe para trás o que não te serve, quer ir mais longe? Vá acompanhado. Quer ir mais rápido? Vá sozinho
  • Ouça os sinais fracos, tente olhar para frente, para onde o mercado está indo, a oportunidade não vai esperar por você se chegar e não estiver preparado;
  • Ouça pessoas diferentes, de opiniões diferentes, de gerações diferentes, tenha um bom networking;
  • Seja um profissional interessante, desejado;
  • Invista no autoconhecimento e desenvolvimento individual;
  • Inglês é obrigatório;
  • A carreira não é do RH, não é da sua família, é sua. Ouça e receba feedbacks;
  • Escolha um mentor, encontre um patrocinador e um coach para te ajudar;
  • Seja a primeira escolha! Aplique para vagas nas quais tem competência para não se frustrar buscando algo que não é para você;
  • Se coloque em primeiro lugar, seja persistente, saiba se comunicar e logo você estará na lista dos escolhidos.

 

Mariana Gonçalves

Não controle, melhores suas emoções.”

 

Talent Experience Lead na Sankhya, especialista em assuntos relacionados a desenvolvimento, inovação, educação, cultura e diversidade. Tem especialização em Gestão Estratégica de Pessoas pela Live University. É especialista em assuntos relacionados a desenvolvimento, inovação, educação, cultura e diversidade.

 

  • Reconheça a força da mulher brasileira e os homens que trabalham com esse momento de reconstrução;
  • Não é possível desconectar o pessoal do profissional;
  • Pergunte onde você quer estar, as empresas já começaram a entender que um ecossistema saudável tem que contemplar o bem estar do colaborador;
  • Enxergue a beleza do processo, não existe caminho perfeito;
  •  Sua jornada é escrita de acordo com o que você experimenta;
  • Conheça as circunstâncias que levaram as pessoas a fazerem uma reviravolta e empreender. Nem sempre precisa mudar tudo, só valorizar mais as suas competências;
  • Entenda que o conceito de carreira vem sendo desconstruído;
  • Veja as mudanças como algo positivo, transforme dados, os seus dados, em informação;
  • Desde a revolução industrial mudou e muda nossas formas de consumir, de viver, de nos comunicarmos e não só nas empresas que têm o core de tecnologia. Lembre-se que a tecnologia está na vanguarda, saiba tirar o melhor do seu tempo;
  • A tecnologia proporciona às pessoas serem mais humanas no dia a dia, não vamos perder nosso lugar para as máquinas, estamos onde devemos estar;
  • O fluxo de informações é grande, filtre;
  • Aprimore o autoconhecimento, conhecer suas principais competências te leva longe
  • Não controle, melhores suas emoções, aprenda a lidar com a volatilidade do nosso tempo; 
  • A evolução não para;
  • Seja autêntico, conquiste aliados, viva a diversidade;
  • Saia da bolha: se comunique, circule!

 

Bárbara Gola

“Não confunda se reinventar com começar do zero.”

 

Líder em projetos de Desenvolvimento,  traz novos modelos de aprendizagem e cria momentos flow pela FLG Brasil. Para ela, a carreira e o desenvolvimento de cada pessoa não tem respostas prontas. Formada em administração de empresas, é  curiosa sobre aprendizagem e desenvolvimento humano. 

 

  • Sucesso e qualidade de vida, muito em voga no momento, são conceitos relativos, variam de acordo com cada um;
  • Nem sempre a gente acerta de primeira, não tenha medo de errar e tente novamente, não existe limite neste caminho;
  • Seria mais fácil se alguém te entregasse tudo pronto, mas o valor está na sua jornada, nas descobertas que só você é capaz de fazer;
  • 2020  e 2021 nos ensinaram que você pode planejar o quanto quiser, realizar é outra história, foque no que você pode fazer agora;
  • As possibilidades de carreira mudaram, se antes você tinha dois caminhos, hoje tem uma infinidade deles;
  • É a competência que faz o sucesso chegar e o processo é mais rico do que a gente pensa;
  • Ninguém tem controle absoluto sobre tudo, você pode ter o melhor case para apresentar em uma conferência online, mas sua internet trava na hora. Isso não está sob seu controle, foque no que você pode controlar e saiba se adaptar aos novos tempos;
  • Seja flexível e ágil, não confunda se reinventar com começar do zero. Analise os dados e aja  partir dos resultados;
  • Reinvente, mas não esqueça quem você é e conheça suas competências, faça conexões;
  • Esqueça a frase: não tenho experiência. Você a acumula desde o nascimento;
  • Trabalhe bem desde o começo;
  • Use seu poder;
  • Vá da diversidade para a prática;
  • Conheça o pensamento flexível, a gente não precisa mais guardar tanta informação, compartilhe para crescer.

Caso você não tenha acompanhado o evento ou queira rever os aprendizados proporcionados por nossas convidadas, basta clicar na imagem abaixo.