Redator Sankhya

Postado dia 16/10/2025 11:10

GRO (Gerenciamento de Riscos Ocupacionais): o que é e como aplicar

Entenda por que o controle de riscos ocupacionais é vital para a sustentabilidade do negócio e quais conceitos essenciais para implementar o GRO.

Trabalhadores em área industrial utilizando EPIs e analisando dados em um tablet, simbolizando ações do GRO Gerenciamento de Riscos Ocupacionais para prevenção de acidentes no ambiente de trabalho.

Dados do Governo Federal mostram que os transtornos de saúde mental já representam 38% de todas as licenças do INSS, enquanto acidentes de trabalho continuam entre as principais causas de afastamento no Brasil. Desde maio de 2025, com a inclusão dos riscos psicossociais no GRO, as empresas precisam estar ainda mais preparadas para identificar, controlar e monitorar riscos ocupacionais.

Vale destacar que o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) se tornou obrigatório em 3 de janeiro de 2022, quando passou a valer a nova Norma Regulamentadora nº 01. Ou seja, em um cenário cada vez mais competitivo e regulamentado, negligenciar essa gestão pode custar caro: multas de milhares de reais, interrupção das operações e impactos irreversíveis à saúde dos colaboradores. 

Neste artigo, você irá entender por que o controle de riscos ocupacionais é vital para a sustentabilidade do negócio, conhecer os conceitos essenciais para implementar o GRO de forma eficaz e descobrir como estruturar todo esse processo com o apoio da tecnologia.

O que é GRO ou Gerenciamento de Riscos Ocupacionais?

O Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) é um conjunto estruturado de ações de prevenção voltadas a garantir ambientes e condições de trabalho seguros e saudáveis para todos os colaboradores.

Mais do que cumprir exigências legais, o GRO representa uma mudança de paradigma na gestão de segurança do trabalho, adotando uma abordagem sistemática e integrada. Diferente dos modelos anteriores, essa gestão abrange todos os tipos de riscos no ambiente laboral, incluindo físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, mecânicos e psicossociais.

Os benefícios vão além da conformidade legal. Ambientes mais seguros reduzem o absenteísmo, aumentam o engajamento e impulsionam a produtividade. Funcionários protegidos e confiantes tendem a desempenhar melhor suas funções, contribuindo diretamente para o desempenho geral da empresa.

O que diz a NR-01 sobre o Gerenciamento de Riscos Operacionais

A Norma Regulamentadora nº 01 (NR-01) define as diretrizes para implementação do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) em todas as empresas brasileiras. O gerenciamento deve estar formalizado no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), cuja obrigatoriedade começou em 3 de janeiro de 2022, com a atualização da norma.

O GRO deve abranger toda a operação da empresa, considerando as particularidades de cada setor, função e atividade, e integrando aspectos técnicos, organizacionais e humanos.

Com a atualização da NR-01, o GRO passou a incorporar exigências antes previstas em outras normas, como a NR-9, que estabelecia o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Esse programa foi substituído e integrado ao PGR, tornando a gestão mais unificada e eficiente.

A norma prevê exceções à elaboração formal do PGR:

  • Microempreendedor Individual (MEI) está dispensado.
  • Microempresas e empresas de pequeno porte com grau de risco 1 ou 2 que não apresentem exposição a agentes físicos, químicos ou biológicos também ficam dispensadas.

Mesmo nesses casos, é obrigatório adotar ações de gerenciamento de riscos ocupacionais. Além disso, a avaliação de riscos do PGR deve ser revisada, no máximo, a cada dois anos, para manter o programa atualizado conforme mudanças na operação e nas condições de trabalho.

PGR e GRO: qual a diferença?

Uma dúvida comum entre gestores é entender a diferença entre GRO e PGR. Embora estejam diretamente relacionados, cada um tem papéis e abrangências diferentes dentro da gestão de segurança do trabalho.

O GRO (Gerenciamento de Riscos Ocupacionais) é o sistema de gestão que engloba todas as ações de prevenção adotadas pela empresa para garantir ambientes de trabalho seguros e saudáveis. Ele é contínuo e estratégico, incluindo a identificação, avaliação e controle dos riscos ocupacionais, bem como políticas de segurança, treinamentos, procedimentos e a promoção de uma cultura voltada para a prevenção.

Já o PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) é o documento obrigatório que formaliza e organiza essa gestão. Ele registra de forma estruturada o inventário de riscos ocupacionais e o plano de ação para eliminá-los ou mitigá-los.

Para ilustrar: se o GRO fosse um sistema de gestão da qualidade, o PGR seria o manual da qualidade. O primeiro representa toda a estratégia e práticas, o segundo detalha e documenta como elas são aplicadas na rotina da empresa.

Quais são as 3 premissas do GRO?

O Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) se baseia em três premissas fundamentais que orientam todas as ações preventivas. Essas premissas seguem uma hierarquia de controle reconhecida mundialmente, priorizando sempre as medidas mais eficazes para proteger os trabalhadores.

1. Eliminar riscos

A prioridade máxima do GRO é eliminar completamente os riscos, sempre que isso for tecnicamente viável. Essa é a forma mais eficaz de proteção, pois remove definitivamente a fonte de perigo do ambiente de trabalho.

Exemplos incluem a substituição de produtos químicos tóxicos por alternativas seguras, a automação de processos que envolvem exposição a perigos e o redesenho de layouts para eliminar áreas de risco.

Um caso prático: em uma indústria alimentícia, substituir equipamentos com componentes de chumbo por versões em aço inoxidável elimina totalmente o risco de contaminação.

2. Reduzir os riscos

Quando a eliminação não é viável, o próximo passo é reduzir o risco ao menor nível possível. Essa medida busca diminuir tanto a probabilidade de ocorrência de um acidente quanto a gravidade de seus impactos.

Exemplos incluem a instalação de sistemas de ventilação para dispersar vapores químicos, a colocação de barreiras físicas para atenuar ruídos e a melhoria da iluminação para prevenir acidentes.

No setor de mineração, por exemplo, é prática comum limitar o tempo de operação de equipamentos pesados por trabalhador a fim de reduzir a exposição à vibração.

3. Controlar riscos

Quando não é possível eliminar o risco ou reduzi-lo de forma significativa, a estratégia passa a ser controlar e monitorar continuamente as situações de exposição. O objetivo é garantir que, mesmo com a presença do risco, seus efeitos sejam minimizados e mantidos sob vigilância constante.

Exemplos incluem o uso de EPIs adequados, a adoção de procedimentos operacionais rigorosos e a implementação de sistemas de monitoramento de saúde ocupacional.

No caso de trabalhadores que lidam com produtos químicos perigosos, o controle pode envolver a medição contínua da exposição, a realização de exames médicos periódicos e a aplicação de protocolos de emergência claramente definidos.

Quais são os principais riscos operacionais que as empresas enfrentam?

As empresas brasileiras lidam com uma ampla variedade de riscos ocupacionais, que variam de acordo com o setor, o porte e a complexidade das operações. Conhecer esses riscos é essencial para criar estratégias eficazes de prevenção e controle no Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO).

Riscos físicos

Presentes na maioria dos ambientes de trabalho, incluem ruído excessivo, vibrações, temperaturas extremas, radiações e iluminação inadequada. No setor industrial, por exemplo, o ruído constante de máquinas é um dos maiores desafios e pode levar à perda auditiva permanente.

Riscos químicos

Comuns em indústrias que utilizam solventes, tintas, produtos de limpeza ou matérias-primas tóxicas. A inalação de vapores químicos pode provocar desde irritações simples até doenças respiratórias graves.

Riscos biológicos

Sempre presentes em diversos setores e com maior atenção após a pandemia, abrangem a exposição a vírus, bactérias, fungos e outros microrganismos que podem causar infecções e doenças.

Riscos ergonômicos

Afetam praticamente todos os ambientes de trabalho e incluem posturas inadequadas, levantamento de cargas excessivas, movimentos repetitivos e mobiliário impróprio.

Riscos mecânicos

Relacionados ao uso de máquinas, equipamentos e ferramentas, englobam cortes, prensamentos, choques elétricos e quedas.

Riscos psicossociais

Envolvem fatores como metas excessivas, jornadas longas, ausência de suporte, assédio moral, conflitos interpessoais e falta de autonomia, todos capazes de impactar seriamente a saúde mental e o desempenho dos colaboradores.

Quais são as etapas para elaborar um GRO de forma eficiente?

A elaboração de um Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) eficiente requer uma metodologia estruturada, conduzida por profissionais qualificados e com o envolvimento ativo da liderança. O objetivo é garantir a identificação completa dos riscos e a implementação de controles eficazes, alinhados às exigências legais e às boas práticas de Segurança e Saúde no Trabalho (SST).

  • 1. Levantamento da situação inicial: essa é a base de todo o programa. Envolve o levantamento do histórico de acidentes, a análise das atividades realizadas, a identificação de ambientes insalubres e o mapeamento das condições atuais de trabalho. É fundamental incluir os trabalhadores nessa etapa, pois eles conhecem na prática os riscos enfrentados no dia a dia.
  • 2. Identificação de perigos: deve ser realizada de forma sistemática e abrangente, contemplando atividades rotineiras, esporádicas e situações de emergência. Essa identificação precisa considerar o que determinam as Normas Regulamentadoras e outras exigências legais aplicáveis à SST. Nessa etapa, é possível utilizar ferramentas visuais como o Mapa de Risco para representar, de forma clara, os perigos identificados em cada ambiente de trabalho, facilitando a comunicação com todos os colaboradores.
  • 3. Avaliação de riscos: consiste em determinar a probabilidade de ocorrência e a gravidade das consequências de cada perigo identificado. É possível utilizar diferentes metodologias, como Árvore de Falhas, Análise de Causa Raiz, Matriz de Risco e HAZOP, escolhendo aquela mais adequada ao tipo e à complexidade do risco.
  • 4. Definição do plano de ação: o plano deve seguir a hierarquia de controle — eliminação, redução e controle — priorizando sempre as medidas mais eficazes. É importante estabelecer responsáveis, prazos e recursos necessários para a implementação das ações preventivas.
  • 5. Implementação e monitoramento: essa fase inclui treinamentos, adequação de instalações, uso de EPIs e ações de comunicação como o DDS (Diálogo Diário de Segurança), que reforça orientações preventivas e mantém a equipe alinhada às práticas de segurança.

Vale destacar que além dos aspectos técnicos, o sucesso do GRO depende de uma gestão de pessoas efetiva, com treinamentos constantes, diálogos de segurança (DDS) e feedbacks que reforcem a importância das práticas preventivas.

Gestão ocupacional com o Sankhya RH

Cumprir a NR-01 e manter um Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) eficiente é mais do que atender a uma exigência legal: é fortalecer a cultura de prevenção, a gestão de GRC e garantir que saúde, segurança e produtividade caminhem juntas.

O desafio é que, para muitas empresas, essa gestão ainda acontece de forma fragmentada, com informações dispersas entre planilhas, e-mails e processos manuais. Isso não só aumenta o risco de falhas, como também consome tempo e recursos que poderiam ser aplicados em ações estratégicas.

É nesse ponto que o Sankhya RH, com a expertise da Vixting — empresa do ecossistema Sankhya especializada em Saúde e Segurança do Trabalho, transforma a forma de gerenciar riscos. Em vez de tratar SST como um processo isolado, a gestão ocupacional passa a ser parte de uma estratégia unificada de RH e Departamento Pessoal, integrada ao ERP Sankhya e alimentada por dados em tempo real.

Mais agilidade e controle no cumprimento do GRO

Com a plataforma, o PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) deixa de ser apenas um documento de conformidade para se tornar uma ferramenta viva e dinâmica. Exames, laudos e treinamentos são organizados automaticamente, enquanto processos críticos como emissão do ASO e controle de vencimento de periódicos acontecem de forma automatizada. Assim, a empresa mantém tudo pronto para auditorias, evita multas e reduz passivos trabalhistas.

Recursos que simplificam a rotina e aumentam a segurança

  • Autoagendamento de exames ocupacionais
  • Emissão digital de ASO
  • Gestão integrada de PGR, LTCAT e PCMSO
  • Treinamentos obrigatórios e ordens de serviço com registro automático
  • Controle e entrega de EPIs com autenticação biométrica

Resultados que vão além da conformidade

Ao centralizar informações e automatizar processos, o Sankhya RH com Vixting libera tempo da equipe de RH, melhora o acompanhamento de indicadores de saúde e segurança, fortalece a cultura preventiva e cria um ambiente de trabalho mais protegido e produtivo. O resultado é menos burocracia, mais previsibilidade e segurança jurídica para toda a operação.

Sua empresa já toma decisões com base em dados de segurança ocupacional em tempo real? Fale com um consultor e descubra como transformar o gerenciamento de riscos em uma vantagem competitiva.

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